Grita Liberdade

"Não há lei mais injusta do que a lei da força"

terça-feira, maio 31, 2011

Mais tarde ou mais cedo a Espanha pedirá o resgate

“Tarde ou cedo a Espanha pedirá o resgate ”…

Quem pronunciou estas palavras no princípio de Abril foi Kenneth Rogoff, ex- economista chefe do FMI (2001-2003), que situa o regaste no momento em que a Grécia, a Irlanda e Portugal peçam a reestruturação da sua dívida, porque não poderão pagá-la…

Será que vale a pena sacrificar tão duramente os povos se os resultados estão à partida comprometidos?

Estaremos condenados a que sejam as invisíveis forças dos mercados a resolver os problemas económicos e financeiros de uma Europa em crise?

Quais as alternativas?

sexta-feira, maio 27, 2011

António José Seguro em Guimarães

Foi curto o discurso de António José Seguro num almoço em Guimarães. O cabeça de lista do PS por Braga apelou ao voto útil e defendeu que só com o PS é possível ter um governo com “sensibilidade social”.

A. J. Seguro avisou logo que ia ser breve – “todos nós estamos aqui para ouvir o candidato a primeiro-ministro, disse – e criticou as soluções dos restantes partidos. “À esquerda há preocupações sociais, mas não há propostas realistas e à direita há propostas, mas não há preocupações sociais”, disse Seguro, criticando ainda o PSD por “encontrar todas as soluções para o país na ponta de uma tesoura”. “Cortar, cortar, cortar”, disse o cabeça-de-lista do PS em Braga, que optou por não se referir aos últimos seis anos da governação de José Sócrates.
A. J. Seguro fez uma arruda com o líder do PS em Joane, no distrito de Famalicão.

Portugal precisa de Pensadores

Portugal, no pós 25 de Abril de 1974, já viveu momentos iguais ou até piores do que este e soube dar a volta por cima. Mas na altura, o País tinha, à frente dos partidos, políticos de elevada estatura moral e intelectual que pensava primeiro no país antes de pensar nos partidos e em si próprio. Teve um grande primeiro-ministro (Soares), e um grande ministro das Finanças (Ernani Lopes). E teve também um grande homem, Mota Pinto, decisivo na construção de uma aliança política entre o PS e PSD.
Hoje, a política, é feita por cavalheiros que mandam nos partidos para se poderem perpetuar a eles próprios no poder. Está mais dificil resolver a situação.

quinta-feira, maio 26, 2011

Assembleia popular

Um pequeno grupo de pessoas reúne-se no Rossio, em Lisboa, tentado copiar o que surgiu de forma espontânea em Espanha.
Num cartaz lê-se: “Não esperes pela mudança. Fá-la”.
Que bem os compreendo. Os Jovens têm de lutar por aquilo a que têm direito. Não podem ficar calados à espera que um pequeno tiranete lhes ofereça, por especial favor, um estágio mal remunerado e de curta duração. Não podem ficar calados quando vêem que só se dá emprego a quem "abana com a cabeça". Não podem ficar calados quando se apercebem que são dados estágios, pela calada, a jovens não licenciados, quando estes se destinam a licenciados.

Estes Jovens, em Lisboa, manifestam-se de forma educada e civilizada. E mais, apelam ao povo que, nas legislativas no próximo dia 5 de Junho vá às urnas. Dizem eles que “não votar é desistir. Independentemente destas acções é importante traduzirmos a nossa vontade pessoal.”
Uma das manifestantes, apesar da licenciatura, nunca conseguiu trabalhar na sua área: Literatura. Há anos que não conhece outra coisa que um call-center. Mas até isso lhe fugiu e agora está desempregada. Continua, no entanto, a ter esperança no futuro.

domingo, maio 22, 2011

Como foi possível?

As eleições raramente se ganham. Está mais do que provado que elas se perdem.
Cavaco Silva, tramou o PSD com a história do tabu: quando este partido acordou, já Guterres podia cantar vitória. O mais engraçado é que, fruto do tabu, Cavaco viu-se obrigado a concorrer às presidenciais e perdeu para Jorge Sampaio (bem feita).
Com a fuga de Guterres (que no primeiro mandato foi, sem duvida, o melhor primeiro ministro que Portugal já teve), o PS entregou de mão beijada o poder a Durão Barroso.
Este, pensando mais em si do que no País ou partido, fez como Guterres e fugiu. Santana Lopes aceitou sucedê-lo. Muitos já não se lembram, mas herdou a famosa "colocação de professores" que o COMPUTADOR não conseguia resolver. Os Docentes só foram colocados a meio de Outubro tendo provocado um enorme desgaste na imagem do Governo.
Jorge Sampaio esperou pela altura certa para derrubar o Governo. Pelo meio destruiu a imagem de Ferro Rodrigues, obrigando-o a abandonar a liderança do PS.
Sampaio marca eleições antecipadas dias depois do PS ter escolhido o sucessor de Ferro Rodrigues: José Sócrates.
Santana perde para o PS, com maioria absoluta.
Sócrates consegui-o a proeza de destruir essa maioria em poucos meses.
No dia 5 de Junho o País vai escolher, mais uma vez, um primeiro Ministro, não porque goste dele, mas porque se quer ver livre de quem o Governa.
Estará Portugal condenado a esta sina?

segunda-feira, maio 09, 2011

José Mário Branco

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou

E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser

Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

José Mário Branco
 
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