Grita Liberdade

"Não há lei mais injusta do que a lei da força"

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Sem perdão?

Um tiroteio na Suíça fez cinco vítimas mortais.
Podemos-nos interrogar sobre o que se passa na cabeça de um Homem, com H ou só h, no momento de mandar desta para melhor uma pessoa. Mais questões se levantam quando o assassino, com ou sem aspas, mata várias pessoas.
Terá perdão? Claro que não!
Terá justificação: obviamente que terá várias.
Nada desculpa uma morte. Mas, o assassino, chegado àquele estado, certamente que já nada o preocupa.
Terá sido por vingança? Ou, simplesmente, descarregou a fúria sobre um bando de mentirosos?
São questões que devemos discutir no interior da sociedade.
Aquele que faz da mentira profissão será digno de conviver com o comum dos mortais?
Poderemos, numa sociedade moderna, tolerar a mentira?
Era bom que a sociedade moderna tivesse mecanismos de detectar os assassinos puros, os mentirosos, os ladrões e os corruptos. Era tão bom que a sociedade civil acordasse e não pactuasse com vigaristas.
Será pedir demais?
Já agora: o que  pactua com o roubo não estará ao mesmo nível do que rouba?

terça-feira, fevereiro 26, 2013

O idiota

O Índio, perguntou-me o que era um idiota?
Naquele momento, passaram-me vários exemplos pela cabeça. Mas, pelo respeito que o garoto me merece, esqueci os exemplos, e expliquei-lhe, com paninhos quentes, o que entendia por idiota: incapaz de coordenar ideias; parvo; imbecil; maluco; pessoa que não tem inteligência; ...
Aí identifiquei o da carreta. Nem mais nem menos, mas continuei. Tinha a nobre missão de explicar ao Índio o que era um idiota.
Lá continuei: o idiota é uma pessoa obtusa; lorpa; ignorante. No fundo é aquele que por mais que se lhe explique faz sempre, convencido que é o maior, os mesmos erros. É, no fundo, a personagem que quanto "mais fala, mais se enterra".
E continuei: é aquele que ...
Atalhou o índio:é um atrasado mental, convencido que é fino.
Nem mais.


sábado, fevereiro 23, 2013

Marido, nota 10


O cara tinha dois ingressos para a final da Copa do Mundo, no melhor
camarote do estádio. Quando ele estava sentado no seu lugar, aguardando o
inicio do jogo, um torcedor nota que o lugar ao lado do homem estava vago. O
torcedor pergunta então se o assento está ocupado.

- Não, não está ocupado - responde o homem. Assombrado, o torcedor diz:

- É incrível! Quem, em seu juízo perfeito, tem um lugar como este, para a
final da Copa, o evento mais importante do mundo, e não o usa?

O homem fixa o olhar nos olhos do cidadão e responde:

- Bom, na realidade, o lugar é meu. Eu comprei o ingresso há muito tempo.
Minha esposa viria comigo, mas ela faleceu. Este é o primeiro Mundial a que
não assistiremos juntos, desde que nos casamos, há vinte anos.

Surpreso, o outro diz:

- Mas você não encontrou outra pessoa que pudesse vir no lugar da sua
esposa? Um amigo, um vizinho, um parente ou outra pessoa chegada?

O homem nega com a cabeça e responde:

- Não, estão todos no velório...

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

A fome

A fome, infelizmente, sente-se ao virar da esquina.
Já não é só retórica. Ela existe.
Se olharmos para aqueles que nos são próximos, verificamos, muito facilmente, que algo de errado se passa.
Se nos concentrarmos melhor naquilo que nos rodeia, verificamos que estamos mesmo mal.
Os restaurantes da Vila, outrora pujantes, estão muito simplesmente às moscas. Ao almoço, ainda têm alguns clientes. Ao jantar, ou estão fechados ou têm uma ou duas pessoas. Nos cafés, ou supermercados, a situação é idêntica.
Sem dinheiro, as pessoas recolhem-se aos seus aposentos. A economia não mexe. Os mais desprotegidos passam muito mal. Os outros disfarçam.
Sim. Há fome. E o que é mais preocupante é a fome envergonhada que circula às nossa volta.

terça-feira, fevereiro 19, 2013

República das Bananas


As eleições autárquicas aproximam-se a passos largos.

Em condições normais teriam lugar a meio do mês de novembro mas, atendendo aos prazos de apresentação do orçamento de estado para 2014, tudo leva a crer que se realizarão, para desconforto de muitos Presidentes de Câmara, no último domingo de setembro, dia 29.

Num País normal, a pouco mais de seis meses do ato eleitoral, seria natural que as condições de candidatura estivessem perfeitamente definidas, proporcionando aos diferentes candidatos condições de igualdade na aventura eleitoral.

Mas, em Portugal, cada vez mais parecido com uma República das Bananas, não é assim.

Não se sabe, ao que chegamos, ler o que está escrito na lei. Mas essa lei, que foi paga a peso de ouro pelo anterior governo, a um qualquer escritório de advogados para a tornar entendível, é tudo menos clara.

Hoje, "O movimento cívico Revolução Branca informa que o 1.º Juízo Cível da Comarca de Lisboa recebeu liminarmente o procedimento cautelar instaurado, ordenando a notificação dos requeridos interessados, PSD, CDS-PP e doutor Fernando Seara, para em 10 dias deduzirem oposição ao peticionado, nos termos da lei". Acrescentam que "Queremos prevenir a concretização de candidaturas ilegais, uma vez que na nossa ótica as mesmas violam a lei" de limitação de mandatos, explicou o vice-presidente do Movimento Revolução Branca, Pedro Pereira Pinto na semana passada.

Podemos discordar, como é o meu caso, desse tipo de candidaturas. Mas lamentamos profundamente que as regras não sejam suficientemente claras para todos e que não haja uma instituição do estado capaz de, claramente e em tempo útil, dizer se as candidaturas são legitimas ou não.

Miguel Relvas


Ontem, no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, o Ministro Miguel Relvas foi várias vezes interrompido, ao som da Grândola Vila Morena, do grande Zeca Afonso.
Hoje, durante uma conferência organizada pela TVI, no ISCTE, foi enxovalhado. O melhor que conseguiu ouvir foi “demissão, demissão”.

Relvas, tinha tudo para ser um bom Ministro, mas a “compra” do curso na Universidade Lusófona, deitou tudo a perder.

Miguel Relvas, ao insistir em não se demitir, prejudica o País, o Governo e o seu amigo de longa data, Pedro Passos Coelho.

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Poema para Galileu



Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,

aquele teu retrato que toda a gente conhece,

em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce

sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.

(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.

Disse Galeria dos Ofícios.)

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.



Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…

Eu sei… eu sei…

As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.

Ai que saudade, Galileo Galilei!



Olha. Sabes? Lá em Florença

está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.

Palavra de honra que está!

As voltas que o mundo dá!

Se calhar até há gente que pensa

que entraste no calendário.



Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu,

e quantos milhões de homens como eu

a quem tu esclareceste,

ia jurar- que disparate, Galileo!

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça

sem a menor hesitação-

que os corpos caem tanto mais depressa

quanto mais pesados são.



Pois não é evidente, Galileo?

Quem acredita que um penedo caia

com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.



Estava agora a lembrar-me, Galileo,

daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo

e tinhas à tua frente

um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo

a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,

que parecia impossível que um homem da tua idade

e da tua condição,

se tivesse tornado num perigo

para a Humanidade

e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,

e percorrias, cheio de piedade,

os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.



Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,

desceram lá das suas alturas

e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,

nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual

conforme suas eminências desejavam,

e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal

e que os astros bailavam e entoavam

à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias

nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,

aquelas abomináveis heresias

que ensinavas e descrevias

para eterna perdição da tua alma.

Ai Galileo!

Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo

que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,

andavam a correr e a rolar pelos espaços

à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileo Galilei.



Por isso eram teus olhos misericordiosos,

por isso era teu coração cheio de piedade,

piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos

a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso estoicamente, mansamente,

resististe a todas as torturas,

a todas as angústias, a todos os contratempos,

enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,

foram caindo,

caindo,

caindo,

caindo,

caindo sempre,

e sempre,

ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos.

(Por António Gedeão)

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

O dia dos namorados.



Amanhã, quinta-feira, é dia dos namorados.
Se não fossem a crise, a responsabilidade, os compromissos, etc … podia ser um dia totalmente dedicado ao amor. Podia começar por ficar na cama durante a manhã e início da tarde. Depois, tomava o “pequeno-almoço” (com um bocadinho de sorte na cama) e ia ler o jornal na companhia da namorada. Seguia-se um bom jantar, uma ida ao cinema e uma passagem pela discoteca.
Mas enfim, vamos ter de contornar o assunto e passar o dia/noite, com muito amor, mas de forma diferente.
Uma notícia, saída hoje no Público, deixou-me inquieto: desde 2009 que o mercado dos telemóveis cai pela primeira vez.
Agora sim! Está comprovado. A crise chegou mesmo! E o pior é que muita gente, com menos telemóveis por cabeça, arrisca-se a ser “apanhada”, sobretudo, no dia dos namorados.
Adivinha-se má-língua, seguida de tragédia …

terça-feira, fevereiro 12, 2013

Carnaval em Vilar de Perdizes



Em Vilar de Perdizes cumpriu-se mais uma tradição e festejou-se o Carnaval.
Sob a batuta do Padre Fontes, a Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes organizou mais um desfile de Carnaval, envolvendo toda a aldeia e muito especialmente os seus jovens.
Sem apoios monetários, mas com muita vontade e determinação, a Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes, presidida pela Profª Deolinda Morais, lançou mãos à obra e organizou um conjunto de actividades para festejar a quadra: começou por organizar, no sábado passado, um baile de Carnaval, que levou ao salão da Junta de Freguesia muitas dezenas de pessoas. Hoje, terça-feira, teve lugar o tradicional desfile de Carnaval que percorreu várias ruas da aldeia.
Sem medo da chuva ou do frio os diversos carros alegóricos, carregados de pessoas vestidas a rigor, satirizaram a política nacional e, também, a política local.
Terminado o desfile, leram-se, no centro da aldeia, os chamados motes que, com muita irreverência e inteligência procuraram, em tom de brincadeira, retractar a realidade local e regional, sem esquecer a nacional.
Foi um dia diferente aquele que se viveu em Vilar de Perdizes, sendo de registar o elevado número de pessoas que se deslocaram à aldeia para assistir ao desfile.





Fernando Ruas já está na fila …




Fernando Ruas não deixa margens para dúvidas: daqui por quatro anos volta a ser candidato a Presidente da Câmara de Viseu.
Com esta afirmação, pouco inocente, Fernando Ruas para além da pouca confiança que mostra no candidato apoiado pelo seu Partido político manifesta, também, um profundo desrespeito pela democracia.
Fernando Ruas não põe a hipótese do próximo Presidente da Câmara vir a desenvolver um bom trabalho no Concelho e, desta forma, merecer a confiança do Povo para um novo mandato. Não, o seu ego não lhe permite aceitar que outros sejam capazes de exercer, com competência, o mandato que o Povo lhe confiou.
Qual Putin, que fez, e faz, de Medvedev “gato-sapato”, Fernando Ruas pensa que pode fazer o mesmo com os seus correligionários. Mas vai ter um problema: poucos meses depois de ser substituído no cargo, Fernando Ruas vai ser esquecido. Com efeito, qualquer que venha a ser o Presidente de Câmara eleito, terá na sua mente que o principal objectivo da sua gestão é fazer esquecer, tão cedo quanto o possível, o seu antecessor, ainda por cima quando este ocupou o cargo durante tantos anos.
Fernando Ruas foi Presidente da Câmara Municipal de Viseu, cidade capital de distrito, durante “uma Eternidade”. Sai sem cumprir a sua principal missão: ligar Viseu a Coimbra por auto-estrada. No entanto, sente-se insubstituível.
A pensar como ele existem muitos autarcas. O tempo, e o Povo, encarregar-se-á de lhes mostrar que não é bem assim. Há outras pessoas tão boas ou melhores do que eles.
Grita Liberdade …

Obrigado, Sócrates.




José Sócrates, graças à falta de coragem de António Vitorino e à doença Jorge Coelho, acabou por ser eleito líder do Partido Socialista (PS) e mais tarde Primeiro-Ministro de Portugal.
Sócrates ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta, mas bem cedo o País, e o “povo Socialista” em particular, se apercebeu de que a sua escolha fora um erro. José Sócrates teve todas as condições para fazer um bom mandato, mas a sua forma de estar na política cedo afastou “a massa cinzenta” que nele tinha apostado. Nas legislativas seguintes, que só ganhou graças a “estupidez laranja” que “conseguiu” eleger Manuela Ferreira Leite para líder do partido (alguém tem dúvidas, que com outro candidato, o resultado seria outro?), foi incapaz de sair de cena, tal como lhe foi proposto pelo Presidente da República, e dar lugar a outro, indicado pelo PS.
Apostou tudo e perdeu. É a vida!
Mas José Sócrates, goste-se ou não, já tem, pelas melhores razões, um lugar na história de Portugal: foi graças à sua visão, e ao seu poder, que se a aprovou a limitação de mandatos que hoje, de forma educada, permite às populações indicar o caminho da rua a tantos e tantos Presidentes de Câmara.
Lamentavelmente, autarcas como Macário Correia, não compreenderam a visão de Sócrates, nem nunca perceberam que a política não é profissão. Pior, não atingem (será?) que quando são condenados pelos Tribunais, até por respeito para com aqueles que neles votaram e neles acreditaram, devem abandonar o lugar para o qual tinham sido eleitos.
Macário Correia está agarrado ao lugar como uma lapa. Da mesma maneira que a esmagadora maioria dos Presidentes de Câmara estava, não fosse  a Lei Sócrates entrar em vigor
 
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