O magalhães e as novas oportunidades
Vendo bem as coisas, só os distraídos podiam pensar que o choque tecnológico não ia chegar às criancinhas do 1º ano do 1º ciclo. Então não sabem que há estatísticas que é preciso combater?
Não temos já as novas oportunidades que, entre três e seis meses, conseguem transformar um analfabeto num letrado com o 12º ano? E mais, os mestres não são professores. São excelentes profissionais (desempregados, na maioria com "cartão", e sem qualificação para o ensino), colocados pelos centros de formação que, por sua vez, também, já em tempos, alguém colocou na sua chefia uma (muitas) pessoas da sua confiança.
Não é com este truque que o nosso primeiro ministro, numa ofensa clara aos professores, diz que aumentou o número de alunos, diminuiu o número de professores e aumentou o sucesso?
Quem se preocupa que estejamos a destruir o ensino, dando o 12º ano, repito, entre três e seis meses, a autênticos analfabetos, incentivando os jovens desprotegidos (irmãos daqueles a quem vão oferecer o Magalhães - os outros pagam entre 25 e 50 euros)que frequentam o ensino oficial a não estudar pois, mais tarde,oferece-se o 12º ano, com a possibilidade de frequentar a Universidade nos maiores de 23 anos?
Não podemos tapar os olhos com a peneira. No 1º ano não sabem ler, logo não vão "viajar" pelo mundo através da internet. Duvido mesmo que no final do 1º ciclo estejam capacitados para tal. Mas essa não é a principal razão para combater o novo riquísmo do governo. São as prioridades. São a irresponsabilidade de quem não percebe que estando o País de tanga não podemos fazer de conta que todas as famílias vão poder ter um computador e pagar o acesso à internet.
Obviamente que todos pensamos que seria óptimo toda a gente ter um computador. Mas não seria também justo que todas as pessoas, em especial as criancinhas, pudessem passar férias, viajando por esse mundo fora? Não seria justo todas pessoas terem um carro? Não seria justo todas as criancinhas terem uma salinha, lá em casa, onde pudessem estudar? Não seria justo e mais importante, que todas as aldeias tivessem saneamento básico? Claro que seria. Mas também, em consciência, todos sabemos que isso é impossível.
O Magalhães é importante. Mas não é prioritário. Para Montalegre e para quase todo o País era, por exemplo, bem mais importante fortalecer a rede de distribuição do serviço de internet. As placas da internet móvel que acompanham os computadores do programa e-escola transformam estes em autenticas malhadeiras.
A terminar, convém não esquecer que uma grande parte das pessoas que vão desembolsar os 50 euros pelo Magalhães já possuem em casa computador portátil, dos outros ou mesmo dos dois. O Magalhães vai ter de ser comprado para satisfazer os desejos dos filhos. Um gasto desnecessário...
Não temos já as novas oportunidades que, entre três e seis meses, conseguem transformar um analfabeto num letrado com o 12º ano? E mais, os mestres não são professores. São excelentes profissionais (desempregados, na maioria com "cartão", e sem qualificação para o ensino), colocados pelos centros de formação que, por sua vez, também, já em tempos, alguém colocou na sua chefia uma (muitas) pessoas da sua confiança.
Não é com este truque que o nosso primeiro ministro, numa ofensa clara aos professores, diz que aumentou o número de alunos, diminuiu o número de professores e aumentou o sucesso?
Quem se preocupa que estejamos a destruir o ensino, dando o 12º ano, repito, entre três e seis meses, a autênticos analfabetos, incentivando os jovens desprotegidos (irmãos daqueles a quem vão oferecer o Magalhães - os outros pagam entre 25 e 50 euros)que frequentam o ensino oficial a não estudar pois, mais tarde,oferece-se o 12º ano, com a possibilidade de frequentar a Universidade nos maiores de 23 anos?
Não podemos tapar os olhos com a peneira. No 1º ano não sabem ler, logo não vão "viajar" pelo mundo através da internet. Duvido mesmo que no final do 1º ciclo estejam capacitados para tal. Mas essa não é a principal razão para combater o novo riquísmo do governo. São as prioridades. São a irresponsabilidade de quem não percebe que estando o País de tanga não podemos fazer de conta que todas as famílias vão poder ter um computador e pagar o acesso à internet.
Obviamente que todos pensamos que seria óptimo toda a gente ter um computador. Mas não seria também justo que todas as pessoas, em especial as criancinhas, pudessem passar férias, viajando por esse mundo fora? Não seria justo todas pessoas terem um carro? Não seria justo todas as criancinhas terem uma salinha, lá em casa, onde pudessem estudar? Não seria justo e mais importante, que todas as aldeias tivessem saneamento básico? Claro que seria. Mas também, em consciência, todos sabemos que isso é impossível.
O Magalhães é importante. Mas não é prioritário. Para Montalegre e para quase todo o País era, por exemplo, bem mais importante fortalecer a rede de distribuição do serviço de internet. As placas da internet móvel que acompanham os computadores do programa e-escola transformam estes em autenticas malhadeiras.
A terminar, convém não esquecer que uma grande parte das pessoas que vão desembolsar os 50 euros pelo Magalhães já possuem em casa computador portátil, dos outros ou mesmo dos dois. O Magalhães vai ter de ser comprado para satisfazer os desejos dos filhos. Um gasto desnecessário...
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